segunda-feira, 22 de março de 2010

"Ele sussura em meu ouvido...agora acorda, e segue sua vida..."
Eu lhe pergunto:
- Preciso acordar mesmo?
Ele diz:
- Não, estamos ainda no inicio do sonho...
Final de uma manhã agradável em meio a condução lotada...


segunda-feira, 8 de março de 2010

Um olhar, uma história


Um olhar, ah como são belos estes olhos que me convidam e roubam minha atenção
Primeiro a dúvida se é para mim que olha, ou se somente é acaso do vagão do metrô lotado, que nos permite a aproximação, um tanto agradável.
Pode ser apenas imaginação, pois carrego comigo a vontade de encontrar assim num belo sorriso, alguém que me faça bem.
De repente numa tentativa de confirmar a intenção do olhar, sorrio e brinco com os demais passageiros do trem do metrô, o que lhe arranca um singelo sorriso. Percebo que não somente me olha, mas demonstra me conhecer, o surpreendente é que tenho essa mesma impressão sobre ele.
Algo inesperado ocorre, ele pergunta ao passageiro que lia um livro ao meu lado, se gostaria de trocar de lugar, de forma que o ajudasse a ler melhor. Eu olhei, e não contive o riso, pois era evidente que desejava estar ao meu lado, pode até parecer pretensão minha escrever isso, mas de fato foi o que se demonstrou a seguir.
Primeiramente puxou assunto:
- Temos que ter bom humor pela manhã, ainda mais com esse metrô, né?!
- É verdade, sempre estou de bom humor, gosto de falar com todos, pelo menos ameniza a viagem, (risos).
- Ainda mais para ir trabalhar...
O assunto vai se desenrolando...
Ele disse que me conhecia, tentava se lembrar da onde, eu instantaneamente tive uma imagem em minha mente, mas não sabia de onde exatamente.
Ai ele diz:
- Daqui mesmo! Foi no dia em comprei meu saxofone, falamos-nos um pouco, mas isso já faz um tempo. Foi em novembro do ano passado.
Lembrei-me então do dia, e que havia me interessado por ele, mas lamentado por ele ter namorada. Sentimento que durou segundos, pois em meio à conversa ele fez questão de salientar que estava solteiro e desde aquele dia guardava a minha lembrança. Algo que não teve como não duvidar, pois os detalhes daquela conversa rápida eram lembrados com tantas minúcias. Nos olhos dele, acreditei ver verdade.
Por sorte iríamos fazer baldeação para o mesmo sentido, em direção ao Tucuruvi. Eu estava atrasada para o trabalho, mas não podia deixar o destino fugir novamente.
Ele então me diz:
- Dessa vez não vamos perder contato, você vai me passar telefone e todas as formas que possa lhe encontrar.
Mesmo atrasada, sente-me no banco do metrô e anotei em meu caderno meus números de telefone e e-mail. E ele fez o mesmo em meu caderno.
Embarcamos no trem seguinte, conversamos um pouco com os olhares fixos, que transmitia muito mais do que havíamos conversado naquele inicio de manhã.
Beijou-me no rosto suavemente e disse que me ligaria, desceu na estação São Bento.
Eu segui em direção a Santana com o sorriso de “orelha a orelha”, com a sensação de que algo havia acontecido.
Coincidência, destino, quem sabe?
Só sei que se chama Luiz, é saxofonista e trabalha com auditoria médica e pega todos os dias o metrô em direção a Tucuruvi, poucas informações para alguém que já mexeu comigo...